Leucoplasia Oral Pilosa

Leucoplasia oral pilosa

DEFINIÇÃO: A leucoplasia pilosa oral é uma doença causada pelo vírus Epstein-Barr (EBV) e caracteriza-se pela formação de uma placa esbranquiçada, normalmente unilateral e localizada na borda lateral da língua. Apresenta, na sua superfície, vilosidades microscópicas semelhantes a pêlos e, ao contrário da candidíase, não pode ser retirada com uma espátula. Em alguns casos pode ser bilateral e/ou acometer o dorso da língua e da mucosa jugal (parte interna das bochechas).
“É frequente em pacientes com o vírus da imunodeficiência humana como uma doença que se oportuna da fraca imunidade, como também em pessoas imunossuprimidos por outras razões, como transplante de órgão ou leucemia e quimioterapia. É rara na infância…” (RICHARD et all, Pp. 2187).
SEGUNDO a Organização Mundial de Saúde (OMS), “a leucoplasia oral é definida como lesão branca que não pode ser caracterizada como nenhuma outra das doenças específicas que se manifestam na mucosa oral como mancha/placa branca.”
O termo é estritamente clínico e não implica nenhuma alteração tecidual específica do ponto de vista histopatológico. O exame histopatológico revela hiperqueratose (aumento da camada de queratina), hiperortoqueratose e acantose (espessamento da camada espinhosa). A maioria das lesões leucoplásicas não possui aspectos displásicos, observados em cerca de 5 a 25% dos casos.

Etiologia
Factores etiológicos são fumo e álcool. Mais de 80% dos pacientes com leucoplasias são fumantes. Uma grande proporção de leucoplasias em pacientes que abandonam o hábito de fumar desaparece ou regride consideravelmente.

Quadro clínico
As leucoplasias são mais frequentes no sexo masculino, na quinta e sexta décadas de vida. O quadro da leucoplasia pilosa caracteriza-se por placas esbranquiçadas, que aparecem nas bordas laterais da língua uni ou bilateralmente, bem delimitadas, geralmente planas, de dimensões variáveis, não infiltradas, e não removíveis à raspagem.

Diagnóstico
O diagnóstico é realizado através do exame físico e uma história clínica rigorosa, exames auxiliares citopatológicos e biopsia também são usados. O diagnóstico diferencial deve ser feito com a candidíase, líquen plano, língua geográfica, leucoedema, mordedura crónica e nevo branco esponjoso.

Tratamento
Como não há sintomatologia dolorosa, em geral, não é feito tratamento. Em alguns casos pode acelerada com antifúngicos tópicos e sistémicos. Nos casos graves usa-se Aciclovir sistémico. A regressão clínica da lesão é observada com a terapia anti-retroviral e melhora da imunidade celular. É importante ressaltar ainda, a possibilidade de infecção concomitante com a Cândida albicans, além de ocorrer recidiva das lesões.
A remoção das lesões pode ser realizada através de exérese cirúrgica, eletrocoagulação ou laser.
“… Outra opção terapêutica é o uso da Vitamina A e os retinóides sintéticos, beta-caroteno, alfa-tocoferol e o ácido ascórbico. Entretanto a remoção completa ou mesmo parcial das lesões só ocorre em 40-60% dos casos, além da recorrência ser frequente após a suspensão da medicação. Outros inconvenientes dos retinóides são seus efeitos colaterais, que incluem: eritema facial, queilite, ressecamento e descamação da pele, conjuntivite e fotofobia” (MINITI 1993).

Tratamento de Enfermagem
É fundamental manter a higiene bucal da criança e fornecer a educação sanitária a mãe ou acompanhante.
A manutenção de uma dieta saudável, rica em vegetais e frutas.
Para todo e qualquer tipo de estomatite, o factor mais importante para o sucesso do tratamento é o diagnóstico precoce. Porém, mais importante ainda que um diagnóstico precoce é a prevenção.
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Conclusão
A leucoplasia é um diagnóstico de exclusão, sendo que a importância do seu diagnóstico está relacionada à associação significativa com o desenvolvimento do carcinoma oral. Após a eliminação de todos os factores de risco, se persistirem as lesões num período de 2 a 4 semanas, deve-se realizar biópsia da lesão. O tratamento baseia-se na eliminação dos factores de risco e exérese cirúrgica para os casos de eritroplasia, displasia moderada ou severa, e lesões localizadas no assoalho da boca e superfície ventral da língua. O seguimento clínico se faz necessário para todos os casos.



Bibliografia
MINITI, A.; BENTO, R. F.; BUTUGAN. O; DOENÇAS DA CAVIDADE ORAL IN
OTORRINOLARINGOLOGIA – CLÍNICA E CIRÚRGICA, Ed Atheneu, , São Paulo 1993, pp. 384-398.
BERHRMAN E. Richard et all, TRATADO DE PEDIATRIA; 15a Ed, Vol II, Guanabara Koogan, Rio de Janeiro 1997, pp. 2187.
www.dermatologia.net/neo/base/aids/leucoplasia_pilosa.htm